A mão em garra é uma deformidade caracterizada por uma curvatura anormal dos dedos da mão, o que provoca uma posição em forma de garra. Essa condição pode dificultar as atividades diárias que exigem o uso das mãos, como segurar objetos, escrever ou até mesmo vestir-se. A mão em garra geralmente é consequência de danos nos nervos que controlam os músculos da mão, embora possa ter diversas causas subjacentes.
Causas da mão em garra

A mão em garra pode estar associada a diversas condições e lesões que afetam os nervos ou os músculos da mão. As causas mais comuns incluem:
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Lesão do nervo ulnar: O nervo ulnar controla vários músculos importantes da mão, incluindo aqueles que permitem a flexão e a extensão dos dedos. Uma lesão ou compressão prolongada desse nervo pode causar a deformidade em garra, na qual os dedos se curvam para dentro.
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Neuropatia periférica: Doenças que danificam os nervos periféricos, como o diabetes, podem levar à degeneração nervosa nas extremidades, incluindo o nervo ulnar, causando fraqueza muscular e a posição em garra.
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Trauma ou fraturas: Lesões graves na mão, no punho ou no braço podem danificar os nervos que controlam o movimento dos dedos, o que pode resultar em uma deformidade em garra se a lesão não for tratada adequadamente.
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Paralisia de Erb: Essa condição resulta de uma lesão nos nervos do plexo braquial, geralmente ocorrida durante o parto. Nos casos mais graves, a paralisia de Erb pode causar a mão em garra.
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Artrite reumatoide: Doenças inflamatórias como a artrite reumatoide podem afetar as articulações e os tendões da mão, levando a deformidades nos dedos, incluindo a mão em garra.
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Lesões do plexo braquial: O plexo braquial é uma rede de nervos que controla os músculos da mão, do braço e do ombro. Lesões que afetam essa rede podem causar fraqueza na mão e contribuir para o desenvolvimento da deformidade em garra.
Sintomas da mão em garra
Os sintomas da mão em garra podem variar em gravidade dependendo da causa subjacente e do grau de dano neurológico. Os sintomas mais comuns incluem:
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Deformidade visível: A característica mais evidente é a curvatura anormal dos dedos, com as articulações metacarpofalângicas estendidas e as interfalângicas dobradas para dentro, o que dá à mão a aparência de uma “garra”.
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Fraqueza muscular: Pessoas com mão em garra geralmente apresentam fraqueza nos músculos da mão, o que dificulta segurar objetos ou realizar movimentos precisos.
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Perda de função na mão: É comum a dificuldade para executar movimentos complexos, como abrir e fechar os dedos de forma controlada. Isso pode afetar atividades cotidianas, como escrever, usar talheres ou manipular objetos pequenos.
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Sensação alterada ou dormência: Em muitos casos, a mão em garra está associada a formigamento ou dormência, especialmente nos dedos anelar e mínimo, devido ao comprometimento do nervo ulnar.
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Dor ou desconforto: Algumas pessoas podem sentir dor ou desconforto na mão ou no braço, principalmente quando a causa da mão em garra é uma lesão nervosa ou compressão prolongada do nervo.
Diagnóstico da mão em garra
O diagnóstico da mão em garra baseia-se em uma combinação do histórico clínico do paciente, exame físico e exames de imagem ou estudos neurológicos. As etapas mais comuns para diagnosticar essa condição incluem:
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Exame físico: O médico avaliará a mobilidade dos dedos, a força dos músculos da mão e observará possíveis deformidades visíveis. Também serão verificados os reflexos e a sensibilidade da mão para identificar possíveis problemas nos nervos.
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Eletromiografia (EMG): Esse exame mede a atividade elétrica dos músculos e nervos para determinar se há dano no nervo ulnar ou em outros nervos responsáveis pelos movimentos da mão.
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Estudos de condução nervosa: Esse procedimento avalia a velocidade com que os impulsos elétricos percorrem os nervos, ajudando a identificar a presença de neuropatia ou lesão nervosa.
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Imagem por ressonância magnética (RM): A RM pode ser útil para identificar lesões em nervos, músculos ou estruturas ósseas que possam estar contribuindo para a deformidade em garra.
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Radiografias: Quando há suspeita de fratura ou dano ósseo, as radiografias ajudam a determinar se a estrutura óssea está comprometida e contribuindo para a deformidade.
Tratamento da mão em garra
O tratamento da mão em garra depende da causa subjacente e da gravidade da deformidade. As abordagens terapêuticas mais comuns incluem:
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Fisioterapia: Um programa de exercícios físicos específicos pode ajudar a fortalecer os músculos enfraquecidos, melhorar a mobilidade dos dedos e prevenir o agravamento da deformidade. A fisioterapia é essencial nos casos de lesão nervosa ou muscular.
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Órteses ou talas: Em alguns casos, utilizam-se talas ou dispositivos de apoio para manter os dedos em uma posição adequada, reduzir a pressão sobre os nervos e melhorar a função da mão.
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Medicamentos: Quando a causa da mão em garra é inflamatória ou envolve compressão nervosa, podem ser prescritos medicamentos anti-inflamatórios ou corticosteroides para reduzir a inflamação e aliviar os sintomas.
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Cirurgia: Em casos graves ou quando há dano irreversível no nervo, a cirurgia pode ser necessária para liberar a pressão sobre o nervo ou corrigir deformidades estruturais. Os procedimentos cirúrgicos podem incluir a liberação do nervo ulnar ou a reconstrução dos tendões.
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Terapia ocupacional: Terapeutas ocupacionais podem ajudar os pacientes a aprender técnicas para realizar tarefas diárias utilizando adaptações e ferramentas especiais, promovendo maior independência e melhorando a qualidade de vida.
Reabilitação e prognóstico

O prognóstico da mão em garra depende da causa subjacente e da rapidez com que o tratamento é iniciado. Em muitos casos, com a intervenção adequada, é possível melhorar a função da mão e reduzir a deformidade. A fisioterapia intensiva, combinada com o uso de talas e exercícios de fortalecimento, pode proporcionar uma recuperação significativa em grande parte dos pacientes.
No entanto, se a causa da mão em garra for uma lesão nervosa grave ou um dano irreversível, a recuperação completa pode não ser possível. Nesses casos, a cirurgia e a terapia ocupacional podem ajudar a otimizar a funcionalidade da mão e melhorar a qualidade de vida do paciente.
Conclusão
A mão em garra é uma condição complexa que pode limitar significativamente a capacidade de uma pessoa de realizar atividades cotidianas. No entanto, com diagnóstico precoce e uma abordagem de tratamento adequada, é possível melhorar a função da mão e prevenir o agravamento da deformidade. A fisioterapia, a intervenção cirúrgica quando necessária e as terapias de suporte desempenham um papel crucial na recuperação. O ponto-chave é tratar a causa subjacente o mais cedo possível para maximizar as chances de sucesso no tratamento e na reabilitação.
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