Um angioma é um termo médico utilizado para descrever um tumor benigno formado por tecido vascular, ou seja, composto principalmente por vasos sanguíneos ou linfáticos. Esses tumores são, em geral, não cancerosos e não representam risco de vida, embora em alguns casos possam causar desconforto ou exigir tratamento.
Existem vários tipos de angiomas, e cada um pode manifestar-se de maneira distinta. Alguns dos tipos mais comuns incluem:
Hemangiomas cutâneos
- Aparência: Os hemangiomas cutâneos são lesões vasculares que geralmente aparecem como manchas de cor vermelho-viva ou arroxeada na pele. Podem variar em tamanho, desde pequenos pontos até lesões maiores.
- Incidência: São mais comuns em recém-nascidos e lactentes, frequentemente desenvolvendo-se nas primeiras semanas ou meses de vida. Em muitos casos, os hemangiomas cutâneos crescem rapidamente nos primeiros meses e depois diminuem de tamanho espontaneamente ao longo do tempo.
- Localização: Podem ocorrer em qualquer parte do corpo, mas são mais frequentes na cabeça, no pescoço e no tronco.
- Evolução natural: A maioria dos hemangiomas cutâneos desaparece espontaneamente, embora o processo possa levar vários anos. Durante esse período, a aparência do hemangioma pode mudar, passando de elevada e avermelhada para mais plana e descolorida.
- Tratamento: Em muitos casos, não é necessário tratamento ativo, pois os hemangiomas cutâneos tendem a regredir espontaneamente. No entanto, quando causam desconforto, interferem na função de um órgão ou apresentam impacto estético relevante, podem ser consideradas opções terapêuticas, como medicamentos para reduzir o crescimento ou procedimentos a laser para melhorar a aparência.

É importante destacar que, embora os hemangiomas cutâneos sejam benignos e raramente causem complicações graves, a avaliação e o acompanhamento médicos são essenciais para garantir o manejo adequado e descartar outras condições mais raras ou possíveis complicações associadas. Caso haja preocupação em relação a um hemangioma cutâneo, recomenda-se consultar um dermatologista ou pediatra para orientações específicas.
Hemangiomas cavernosos
Os hemangiomas cavernosos são um tipo de angioma que afeta vasos sanguíneos de maior calibre, localizados em regiões mais profundas do sistema vascular, como tecidos moles ou até mesmo órgãos internos. Diferentemente dos hemangiomas cutâneos, os hemangiomas cavernosos podem ser mais difíceis de identificar visualmente e, muitas vezes, são descobertos por meio de exames de imagem.
- Características nas imagens: Esses angiomas geralmente aparecem como massas bem delimitadas em exames de ressonância magnética (RM) ou tomografia computadorizada (TC). Apresentam aspecto cavernoso devido à presença de grandes espaços vasculares preenchidos por sangue.
- Localização: Podem desenvolver-se em diversos órgãos do corpo, sendo mais comuns no fígado e no baço. Também podem afetar músculos, ossos, o sistema nervoso central e outros tecidos moles.
- Sintomas e complicações: Em muitos casos, os hemangiomas cavernosos são assintomáticos e descobertos incidentalmente durante exames realizados por outros motivos. No entanto, dependendo da localização e do tamanho, podem causar sintomas como dor, inchaço ou comprometimento da função do órgão envolvido.
- Crescimento lento: Diferentemente dos hemangiomas cutâneos, os hemangiomas cavernosos tendem a crescer mais lentamente, podendo apresentar crescimento progressivo ao longo do tempo.
- Tratamento: A abordagem para hemangiomas cavernosos depende de vários fatores, incluindo a localização e a presença de sintomas. Em muitos casos, quando são pequenos e não causam problemas relevantes, opta-se pela observação e monitorização. Entretanto, quando provocam sintomas ou comprometem a função do órgão, podem ser consideradas opções terapêuticas como embolização (bloqueio dos vasos que irrigam o hemangioma) ou, em casos mais graves, remoção cirúrgica.
É fundamental que qualquer diagnóstico e plano de tratamento sejam conduzidos por profissionais de saúde, pois o manejo dos hemangiomas cavernosos pode ser complexo e variar de acordo com a localização e a condição específica de cada paciente.
Angiomas na retina
Os angiomas na retina são tumores vasculares que se desenvolvem na camada de tecido sensível à luz localizada na parte posterior do olho, conhecida como retina. Esses angiomas podem afetar a visão e frequentemente são detectados durante exames oftalmológicos de rotina ou quando o paciente apresenta alterações visuais. A seguir, mais informações sobre os angiomas na retina:
- Tipos de angiomas retinianos:
Hemangiomas retinianos: São tumores formados por vasos sanguíneos anormais na retina. Podem variar em tamanho e forma.
Hemangioblastomas retinianos: Relacionados a uma condição genética chamada doença de von Hippel-Lindau (VHL), esses tumores geralmente são benignos, mas podem causar problemas caso cresçam significativamente. - Sintomas:
Os angiomas na retina podem provocar visão borrada, perda de visão periférica, flashes de luz ou aparecimento de manchas escuras no campo visual.
Alguns pacientes podem não apresentar sintomas perceptíveis, e os angiomas retinianos podem ser identificados durante exames oftalmológicos de rotina. - Diagnóstico:
A angiografia com fluoresceína é uma técnica comum utilizada para diagnosticar angiomas retinianos. Ela envolve a injeção de um corante especial na corrente sanguínea e a captura de imagens da retina conforme o corante circula, revelando a presença e a localização dos angiomas. - Tratamento:
O tratamento depende do tipo e do tamanho do angioma, bem como dos sintomas presentes.
Alguns angiomas retinianos não necessitam de tratamento se não causam alterações visuais significativas.
Nos casos mais graves, podem ser consideradas opções como fotocoagulação a laser para destruir seletivamente os vasos anormais ou, no caso de hemangioblastomas associados à VHL, intervenções mais amplas podem ser necessárias. - Acompanhamento e monitorização:
Devido ao risco de complicações, é importante realizar acompanhamento regular com um oftalmologista para avaliar a progressão dos angiomas retinianos e ajustar o plano terapêutico conforme necessário.
É fundamental que qualquer pessoa com suspeita de um problema na retina procure atendimento oftalmológico especializado para receber um diagnóstico preciso e discutir as opções de tratamento disponíveis.

Angiomas cerebrais
Os angiomas cerebrais, também chamados de malformações arteriovenosas (MAV) ou hemangiomas cerebrais, são anomalias vasculares no cérebro que envolvem conexões anormais entre artérias e veias, sem a presença dos capilares normais. Essas malformações podem ocorrer em qualquer área do sistema nervoso central e variam em tamanho e forma. A seguir, mais informações sobre os angiomas cerebrais:
- Características e aparência:
As malformações arteriovenosas cerebrais consistem em uma rede de vasos sanguíneos anormais que criam uma conexão direta entre artérias e veias, sem a presença dos capilares normais.
Essa malformação pode ter aspecto semelhante a uma teia de aranha (telangiectasia) ou a um emaranhado de pequenas conexões vasculares. - Sintomas:
Muitas malformações arteriovenosas cerebrais são assintomáticas e descobertas incidentalmente durante exames de imagem realizados por outros motivos.
Quando produzem sintomas, estes podem incluir cefaleias, convulsões, déficits neurológicos como fraqueza ou perda de coordenação e, em casos graves, hemorragias cerebrais. - Diagnóstico:
A ressonância magnética (RM) e a angiografia cerebral são ferramentas diagnósticas fundamentais para visualizar e avaliar malformações arteriovenosas no cérebro.
A angiografia cerebral é um procedimento invasivo que envolve a injeção de um meio de contraste nos vasos sanguíneos para obter imagens detalhadas da circulação cerebral. - Tratamento:
O manejo dos angiomas cerebrais depende de vários fatores, como tamanho, localização, sintomas e risco de hemorragia.
Algumas malformações arteriovenosas requerem tratamento para prevenir complicações graves. As opções incluem embolização (oclusão seletiva dos vasos anormais), radiocirurgia estereotáxica ou cirurgia convencional. - Riscos e complicações:
Uma complicação potencialmente grave dessas malformações é a hemorragia intracraniana, que pode ter consequências significativas para a saúde.
O risco de sangramento costuma estar associado ao tamanho e à localização da malformação. - Acompanhamento a longo prazo:
Após o diagnóstico ou tratamento, recomenda-se acompanhamento contínuo com a equipe médica para avaliar possíveis mudanças na condição e ajustar o plano terapêutico conforme necessário.
É importante destacar que o manejo dos angiomas cerebrais é complexo e deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar que inclua neurologistas, neurorradiologistas e neurocirurgiões. Caso exista suspeita de um angioma cerebral, é fundamental procurar atendimento médico especializado para um diagnóstico e tratamento adequados.
Conclusão
Em resumo, os angiomas são tumores benignos compostos principalmente por vasos sanguíneos ou linfáticos. Existem diversos tipos de angiomas, como os hemangiomas cutâneos, cavernosos, retinianos e cerebrais, cada um com características e manifestações específicas. Os hemangiomas cutâneos são comuns em bebês e tendem a regredir espontaneamente ao longo do tempo, enquanto os cavernosos acometem tecidos mais profundos e podem exigir tratamento. Os angiomas retinianos afetam a visão e podem estar associados a sintomas oftalmológicos. Já os angiomas cerebrais, ou malformações arteriovenosas, podem ser assintomáticos ou causar alterações neurológicas, e seu manejo depende de fatores como risco de hemorragia e sintomas presentes. Diante da suspeita de um angioma, é essencial buscar avaliação com profissionais de saúde para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.
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